Acordei decidida a enfrentar o calor e partir pra Alfama, o meu bairro preferido. Esse lugar é a cara de Lisboa, cheio de ruazinhas sinuosas, ladeiras estreitas, escadinhas íngremes e varais coloridos. Perfeito pra se perder. Sabe a ideia que você tem na cabeça sobre essa cidade, coisas que você viu em filmes e fotos? É lá que você encontra esse cenário.
Grande parte das casas de fado mais famosas ficam por lá e muitos restaurantes bons também. Mas nesse dia eu fui atrás de um evento famoso que acontece toda terça-feira e sábado: a Feira da Ladra. Já perdi a conta de quantas vezes estive no Campo de Santa Clara na terça-feira, mas sempre vale a pena ir de novo porque a feira se renova. Em resumo, lá se vende de tudo. Mesmo. De pilha a rádio antigo. De carregador de celular a azulejo do século XVII. De bolsa de grife a toalha de mesa. De louça antiga a sapato velho. Se bobear, você acha a mãe de alguém sendo vendida.
A Feira da Ladra, cujo nome pode se dever aos produtos de origem duvidosa existentes por lá ou ao fato de que antes a feira ladeava ("lada") o rio, começou no século XIII (!!!!) e rodou por alguns lugares da cidade até se fixar no Campo de Santa Clara, em 1882. Logo se vê que desde que o mundo é mundo o povo gosta de comprar quinquilharias. E isso me inclui totalmente. Meus olhinhos ficam loucos quando tô andando por ali, entre a infinidade de coisas baratas espalhadas por tapetes sobre o chão. Basicamente, o que mais me encanta são as louças e eu sofro por elas pesarem tanto na mala.
Quando eu já não estava mais aguentando o calor, fui descansar e sentir o vento no meu lugar em Lisboa: o Panteão Nacional. O prédio foi mandado construir por D. Maria (filha de D. Manuel I) e inicialmente seria uma igreja, mas 400 anos depois, quando ficou pronta, acabou por sedear o Panteão. Adoro esse lugar por vários motivos. É lindo demais por fora, todo branquinho e com a cúpula redondinha, e por dentro, em mármore colorido. Está sempre vazio, em qualquer época do ano e é possível tirar fotos do mosaico no chão sem nenhum pezinho te atrapalhando. Tem trilha sonora, que varia entre música clássica e Amália Rodrigues (cujo túmulo se situa ali). Do terraço, onde bate um vento delicioso, tem-se uma vista linda de Lisboa, com uma boa parte do Tejo e a Alfama.
Dessa vez ainda tinha uma exposição com obras de arte feitas pela pintora Isabel Nunes, misturando pintura e colagens em retratos sem rosto. O tema da exposição é a "Geração de 500", tratando dos navegadores, governantes e artistas europeus que marcaram o século XVI. Coisa linda.
A Alfama tem mais um monte de coisa linda pra falar. Amanhã eu continuo.
Carol, eu acho que o Eduardo Bueno vai te contratar para escrever o próximo livro...
ResponderExcluirQue bom já ter estado com vc nesses lugares!!!
hahahaha vc acha, mãe?! vou esperar ele me ligar!hahaha
ExcluirFilha...linda fotos...lindo texto...saudades de Lisboa...saudades de vc...mais um ponto que nos une: este gosto por quinquilharias!!
ResponderExcluirTb tô cum muitas saudades, pai!!!!
Excluirgente, que dia delicioso de se viver! to com mta inveja, mas mto feliz por vc tbm! hehe!
ResponderExcluircompra tudo e revende no ebay pra colecionadores que nem o cara da Hermes! hahaha
hahaha eu sei, mari! boa ideia!
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